OLHAR DE SERPENTE





Meu amor tem um olhar de sereia...
E a boca de lua cheia,

Nas noites fica furiosa
Quando não apareço.

Desafiou as constelações
E as estrelas cadentes
A me procurar...

Fica a vigiar-me
Com os olhos presos
No mar
No cais
No arco-íris

Caminha por entres ruas
E avenidas.
Acende todos os faróis
E todas as luzes da cidade.

Coloca o coração
Nos viadutos
Arranha-céus
E sinais de trânsitos.

E na madrugada
Acende o abajur,
E se aflige.

E quando não apareço
Não consegues dormir.

Meu amor tem o olhar
De serpente...

Quando apareço
Envenena-me.