A carta foi o detalhe...

Quando eu era ainda uma jovenzinha

e tinha negros olhos e longo cabelo

sedoso, comprido, batia na cintura,

apaixonei-me por um amiguinho,

amigo de infância, muito alegre,

uma companhia adorável!...

Como era alegre o meu querido amigo!...

Ele me fazia rir e me falava sério...

Crescemos juntos: não me dera conta

do quanto ele era importante para mim...

Naquele tempo, as "meninas sérias"

não podiam "demonstrar os seus amores",

e então fingia, que gostava de outro!...

Um dia, o meu amigo tão querido,

foi-se embora, estudar na Capital,

e eu fiquei na cidadezinha

sentindo dele uma falta especial...

Pensava eu: Seria sua alegria?

Seu jeito de fazer teatro? A fantasia?

Sua seriedade no momento certo?

As brincadeiras que ele bem fazia?

Passou-se o tempo, um dia ele voltou,

mas não lembrava mais sua amiguinha,

que por ele um dia se apaixonou...

"Amor de crianças! Tudo são bobagens!"

(Mas as marcas deste amor ficou...)

Certa noite, na Rodoviária,

Ele prometeu uma coisa que marcou:

--Vou te escrever, sim, uma cartinha!

Mas só na promessa a carta ficou...

Rodou o mundo! Fez sucesso logo,

É inteligente! (O amor ficou...

escondido na cartinha que não veio).

E tantas vezes o meu coração chorou!...

Podia nossa vida ter sido diferente...

A carta foi detalhe, que em tudo nos mudou!...

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15 fev 2008

ESPERANÇA
Enviado por ESPERANÇA em 16/02/2008
Código do texto: T861428
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