TEMPO DE AMAR
Quanto amor fizeste caber em meu coração!
Como poderia eu, sequer, musa, imaginar,
Que, em mim, tanto espaço houvesse a ocupar,
Como esperar sentir, ainda, tanta emoção?
Se, porventura, me tivesse sido afirmado,
Naqueles tempos de tristeza e solidão,
Que talvez, num repente, uma paixão,
Pudesse ter-se, do meu peito, apoderado,
Ao certo haveria eu de, em resposta,
Afirmar que tal tempo já se passara,
De amar, a esperança se esfumara,
Estava, pois, a situação assim exposta.
E, se assim, fora, meu pensar seria errado,
Porquanto, um dia, tu de mim te acercaste,
Com tua ternura e teu afeto me mostraste
Que é tempo, ainda, de amar e ser amado.