DO QUE DÓI
(...) "O outro afastou-se para não incomodar, mas era tal a atenção que o velho
dispensava ao livro, que não suportou ficar à margem.
- Do que trata?
- Do amor.
Diante da resposta do velho, o outro se aproximou com renovado interesse.
- Não me goze. Com fêmeas ricas, fogosas?
O velho fechou o livro, de repente, fazendo vacilar a chama da lamparina.
- Não. Trata-se de outro amor. Do que dói."
(Luis Sepúlveda: Um Velho Que Lia Romances De Amor)
DO QUE DÓI
A tua presença traz tudo que eu quero:
traz graça e conforto, traz luz e alegria.
Um sonho persigo a buscar-te, pretensa
a tua querença,
a luz do meu dia.
Assim esse amor, me domina à vontade,
embora não tenha vez nem sinergia.
Eu provo da dor de um castigo severo,
mas não desespero;
sofro essa agonia.
Há tantos amores, felizes, perfeitos,
mas em meu caminho já nada me guia,
nem mesmo alivia essas dores tão certas:
as horas desertas
e a noite tão fria.
(...) "O outro afastou-se para não incomodar, mas era tal a atenção que o velho
dispensava ao livro, que não suportou ficar à margem.
- Do que trata?
- Do amor.
Diante da resposta do velho, o outro se aproximou com renovado interesse.
- Não me goze. Com fêmeas ricas, fogosas?
O velho fechou o livro, de repente, fazendo vacilar a chama da lamparina.
- Não. Trata-se de outro amor. Do que dói."
(Luis Sepúlveda: Um Velho Que Lia Romances De Amor)
DO QUE DÓI
A tua presença traz tudo que eu quero:
traz graça e conforto, traz luz e alegria.
Um sonho persigo a buscar-te, pretensa
a tua querença,
a luz do meu dia.
Assim esse amor, me domina à vontade,
embora não tenha vez nem sinergia.
Eu provo da dor de um castigo severo,
mas não desespero;
sofro essa agonia.
Há tantos amores, felizes, perfeitos,
mas em meu caminho já nada me guia,
nem mesmo alivia essas dores tão certas:
as horas desertas
e a noite tão fria.