ECLIPSE
Por um descuido, um vacilo, por insensatez...
Nem sei mais por qual razão!
Abriu-se as comportas do meu coração.
Que estavam lacradas pelo abandono...
Esquecido no canto da solidão!
E num repente me vi amando
Envolvida na doce energia de amar...
Sendo embalada por seus versos
Não lembrando por um só instante
O quanto é difícil esse sentimento carregar!
E me vi de novo poeta, cantando,
Proseando aos quatro ventos esse meu novo amor!
Que em nenhum momento (aconteceu novamente?)
A minha poesia notou!
Nosso amor era raro como um eclipse
Só que ele queria ser o sol...Ter sua força e brilho...
A todo instante sua atitude tentava me fazer lua...
Querendo apagar a minha luz!
Insano querer que o movia...
E quanto mais ele tentava...
Quanto mais lutava para ser sol
Mais forte eu me sentia!
Esse embate virava eclipse...
Lindo, raro, excepcional na natureza!
Mas que no amor tudo apaga...
Tirando, sugando a nossa essência!
Foi então que nos demos conta:
Eu sou o sol, em toda magnitude!
Ele é a lua que podemos olhar, admirar...
Inspirando-nos a poesia, sem nada mais acrescentar!