A ESTRELA e o CACO DE VIDRO...

A estrela brilhava no céu, era intangível

E eu entanto, eu a queria tanto!...

Quedei-me muda ante a noite. E a lua

apareceu-me. Muda como minha estrela...

Nuvens cingiam seu corpo de prata

mas ela se movia... foi até à mata...

Fui atrás dela. A lua era tão bela!

Mas mesmo assim au amava minha estrela...

e eu não dormia se não podia vê-la.

Na mata, um lago calmo, parece adormecido,

tranquilo espelho de belezas mil.

E a lua cheia se despe de seu manto

e vai banhar-se na água cor de anil...

Eu fico a vê-la... ela é tão linda,

que num minuto apaga minha estrela!...

Mas não é a lua que eu quero, embora saiba

que tenho tudo a satisfazê-la!

Então,

procuro em vão a minha estrela...

Ela fugiu?

Onde eu posso vê-la??

Que imensa dor... Magoei a minha estrela!

Lágrimas choro... como eu quero tê-la!...

Em uma lágrima, luz me aparece:

é minha estrela! Minh'alma se enternece!

Está no lago também e permanece

a refletir-se... minh'alma a conhece!

Enciumada porque vi a lua

que por vaidade, colocou-se nua,

Ela, cadente, parece descer

e em meio ao lago, desaparecer.

A lua nua, canta sua cantiga

como sereia numa praia antiga!

Mas minha estrela, onde ela está?

Joguei-me ao lago: "Lá, ela está lá!"

e fui buscá-la lá onde ela está!...

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Dias depois acharam corpo nu boiando

com um sorriso terno esboçando

e com carinho, a mão segurando

um caco de vidro e apertando

junto ao peito que parece descansar...

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Mas ninguém percebeu que a partir daquela noite

parece que a lua toda escureceu...

E ninguém viu (o olhar é sempre afoite!)

Que uma estrela nova... surgiu lá no céu...

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13 fev 2008

ESPERANÇA
Enviado por ESPERANÇA em 13/02/2008
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