Jardim de Amor

Provocado que fui na 'boca da noite'...

Por uma sedutora poetisa jardineira

Ao espalhar suas sementes de amor

Que vejo crescendo dentro do peito

Habitando e perfumando o meu ser

São flores que nascem do ventre da terra

Onde antes só havia pragas no chão agreste

Terreno selvagem... sem o cuidado da mestre

Que com seu sentimento apurado e dedicado

Transformou o que era inóspito... de dor em flor.

Que a sua fertilidade poética da criação...do suor

Do bafejo do vento...da carícia deliciosa do sol...

Zêlo da sua inspiração...fez brotar o esplendor

No colo da mãe natureza... fez-se a proeza...

Declamada...transformanda na mais pura beleza

As suas palavras silenciosas...contidas...caladas

Se vestiram de versos...de prosas...em pétalas de rosas.

E estou aqui no embrião da minha emoção...nos braços do dia

Para fazer-lhe justiça...pelo mérito dos seus mágicos serviços

Beijando enternecido a paisagem do que vejo da sacada

Com o brilho dos meus olhos...tendo as pálpebras cansadas

Apurados todos os meus sentidos... olho para o por do sol

E fico em estado de oração contemplativa... rezando aos céus

Nessa visão majestosa de um mundo sem astúcias ou malícias

Composto pelas mãos...pela perícia daquela inigualável artista

Verdadeira guardiã e protetora da esperança...

Percebo nela o culto mais sublime da ternura

Exalando o mais suave e cheiroso dos perfumes

Não há nesse jardim encantado dos sonhos...

As cruéis ervas daninhas...ramas de mágoas...

Teias de dissabores...ou flores desbotadas

Desejos reprimidos e insatisfeitos

A compor a sinopse dos nossos prantos

Sob o manto do vício das ilusões

A orquestra da vida quer tocar palavras doces

Prelúdios compostos pelos calos de nossas mãos

É a poda da solidão e da nostalgia

Que até a lua vem iluminar na escuridão

Fazendo as espécies mudas virarem musas

Numa sinfonia anunciando um novo amanhã

Nos sentimos agora plenos...em perfeita comunhão

Protegendo a seiva nutrida do orvalho e da floração

Num cenário mais que perfeito para o aconchego...

Onde o romance desfila...passeia...saboreia sua sedução.

Hildebrando Menezes

Navegando Amor
Enviado por Navegando Amor em 12/02/2008
Reeditado em 13/02/2008
Código do texto: T856952