TRIBUTO À DEUSA SEM PALAVRAS

Um dia o Olimpo ficou pequeno demais para os teus encantos;

Então o mar tornou-se gota perante o teu seduzir;

E desceste ao reino dos homens numa nuvem movida por cânticos;

Cujas liras perfeitas entoam a paixão que ainda posso ouvir!

Nem te viram meus olhos de perto, teu perfume sequer me visitou;

Mas o tato abstrato que me faz te sentir, me afirma que és real;

Pois emprestaste aroma às flores e tua face no campo se consolidou;

Pra que nos pratos de minha volúpia te fizesses meu sal!

É por isso que nada posso em sã consciência te pedir;

Foi por isso que te dei o direito de nada falar;

Que palavras tão elevadas nesse mundo poderiam existir?

A ponto de tão magníficos lábios, serem dignos do seu pronunciar?

Como súdito feliz, te estendo os tapetes vermelhos dessa paixão;

Que nas cinzas pereçam as lembranças de tua lágrima sofrida;

Eu sou menor que tantos, porém sublime é a oferta do meu coração;

Que teu reino batize com teu beijo, essa minha - agora tua - vida!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 12/02/2008
Reeditado em 10/06/2009
Código do texto: T856720
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