SAI DA DISTÂNCIA E ENTRA EM MIM

A minha alma dispersa-se pelos calabouços

De uma saudade que surge de um desejo

Sentido de pedra e cal na alma

Corroendo-me o corpo de tempo parado

Impedido pela distância dos sentidos

Náufragos num mar de emoções á deriva

Temendo a barbatana da ansiedade

Que tem sido o tubarão assassino

Dos meus sorrisos nesta espera oca

E só um carinho me toca a pele carente

Através de uma carícia no sopro do vento

Alimento-me do brilho aromatizado da lua

Em mim homem em busca de fragrâncias

Singelamente, eternas femininas

Completando o poder de uma mulher em mim

Motivando-me a dar o braço aos remos

Por entre as marés da sedução

Que engolem sem mas, as minhas fés

Valorizando as diferenças de um ser igual

Em soma total nesta procura indecisa

Como quem vê o que os olhos não vêem

Ouvindo o frenesim do silêncio controverso

Exibindo sobre uma tela de lágrimas nuas

O segredo encapuçado de medo da felicidade

Vitoriando os sentimentos sobre a razão

Pensar é o padrão da vida e sonhar, é vive-la

Neste faminto continuar romântico

Desabafando aos astros que quero amar

E sentir alguém que adormeça no meu peito

E que saia da distância e entre em mim