O DIÁLOGO DOS NOSSOS CORPOS

A geografia do desejo que nos une, nem sempre tem a mesma latitude

Tu, contemplando o alto estrondo das tormentas nos vitrais

Eu, sob o sol, sinto o corpo arrepiar ao lembrar de minha inquietude

Destinos distanciados, que se assistem nos desejos sempre iguais!

Eu digo que te quero no toque ousado da sêda a te cobrir

Eu durmo com teu corpo sob o conforto de teus lençóis

Eu viajo em tuas curvas por meio do banho que desliza por ti

Eu invado tua intimidade quando anseando-me te achas a sós!

Tu clamas por minha ousadia no silêncio de tuas fantasias

Na graça do teu andar, teus movimentos me fazem convite

Na trama do teu olhar sinto o manjar que me satisfaria

Tua boca a me provocar, propõe o que a minha fome jamais resiste!

Assim nos encontramos no epicentro de tanta euforia

Damo-nos ao fluente dialeto de nossos corpos a se comunicar

Falamos à nossa volúpia o que a mais hábil palavra jamais diria

Corpos que tudo ouvem e tudo dizem, quando se dão ao intenso amar!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 11/02/2008
Reeditado em 21/01/2012
Código do texto: T855362
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