O DIÁLOGO DOS NOSSOS CORPOS
A geografia do desejo que nos une, nem sempre tem a mesma latitude
Tu, contemplando o alto estrondo das tormentas nos vitrais
Eu, sob o sol, sinto o corpo arrepiar ao lembrar de minha inquietude
Destinos distanciados, que se assistem nos desejos sempre iguais!
Eu digo que te quero no toque ousado da sêda a te cobrir
Eu durmo com teu corpo sob o conforto de teus lençóis
Eu viajo em tuas curvas por meio do banho que desliza por ti
Eu invado tua intimidade quando anseando-me te achas a sós!
Tu clamas por minha ousadia no silêncio de tuas fantasias
Na graça do teu andar, teus movimentos me fazem convite
Na trama do teu olhar sinto o manjar que me satisfaria
Tua boca a me provocar, propõe o que a minha fome jamais resiste!
Assim nos encontramos no epicentro de tanta euforia
Damo-nos ao fluente dialeto de nossos corpos a se comunicar
Falamos à nossa volúpia o que a mais hábil palavra jamais diria
Corpos que tudo ouvem e tudo dizem, quando se dão ao intenso amar!