O HOMEM E A MENINA

Como posso ver teu corpo, sem dar corpo ao meu pecado?

Como posso aprender a conviver com o que vive a me repreender?

Se mesmo de olhos fechados assisto teu espetáculo?

Se mesmo nutrindo valores, me sinto escravo desse querer?

Eu que contemplo meu rosto e já nem sei o que vejo

Que viajo envergonhado em teu provocar de menina

Que deveria jamais te querer, mas insanamente te desejo

Que aluno me vejo dessa precocidade que tanto me ensina!

Tu que me lanças gentis confetes de uma vasta admiração

Que suspiras pelo homem que ainda não te vê madura

Que pra mim convertes tua alma lúdica na mais inviolável prisão

E convidas pra brincar de amor minha sensata alma adulta!

Assim me acho prisioneiro de um jogo imprevisível

Quisera pressupor o que o destino me reserva

Quisera ser possível tornar tal menina invisível

Mas o calor atrevido de seu corpo é tudo que o meu anela!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 11/02/2008
Reeditado em 21/01/2012
Código do texto: T855203
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