O HOMEM E A MENINA
Como posso ver teu corpo, sem dar corpo ao meu pecado?
Como posso aprender a conviver com o que vive a me repreender?
Se mesmo de olhos fechados assisto teu espetáculo?
Se mesmo nutrindo valores, me sinto escravo desse querer?
Eu que contemplo meu rosto e já nem sei o que vejo
Que viajo envergonhado em teu provocar de menina
Que deveria jamais te querer, mas insanamente te desejo
Que aluno me vejo dessa precocidade que tanto me ensina!
Tu que me lanças gentis confetes de uma vasta admiração
Que suspiras pelo homem que ainda não te vê madura
Que pra mim convertes tua alma lúdica na mais inviolável prisão
E convidas pra brincar de amor minha sensata alma adulta!
Assim me acho prisioneiro de um jogo imprevisível
Quisera pressupor o que o destino me reserva
Quisera ser possível tornar tal menina invisível
Mas o calor atrevido de seu corpo é tudo que o meu anela!