Te amo, com exclamação!
Tudo era um ponto.
Que dava fim.
Determinado
Tudo era vírgula
Pausas rápidas, repetidas
Sentenças inteiras
Coagidas
Ponto e vírgula
Um pausa e continua
Outro simplesmente dá o fim.
Olhei pro céu
Joguei uma pedra
Na água com sal do meu rosto
Como um ponto
Olhei pro chão
Desenhei um coração com os dedos do pé
Como uma vírgula
Que pausa o amor
Na exclamação da paixão
Entonei lindas frases em tons juvenis
Na interrogação da pergunta
Respondi numa sentença objetivamente direta
Te amo, com exclamação!
E num olhar subjetivo que retrucava o meu
Esperei num desatino da exclamação
O sujeito oculto do meu coração
Alma carregada de ironia
Boca cheia de desejo
Destino como ponto, vírgula e afins.
Dois pontos!
Vou falar agora!
Te amo, sem exclamação...
Falo baixinho e com o coração pausado
Com a vírgula do amor subjetivo do meu coração.