O PROTETOR
Ainda que te pertença a dor, o grito será meu
Mesmo que fastidiosos se apresentem os teus dias
Quem destilará sua infensa recompensa, serei eu
Quem promoverá o sorriso de tua alma serão minhas alegrias!
A eclosão de tuas injúrias parte das minhas ogivas
Porque aflijo teu corpo com meus beijos que te vacinam
E te imunizo de todo mal estar que te desperta ojerizas
E adoeço em teu lugar, porque teus males em mim se eliminam!
Eu sou a chuva que alimenta tuas raízes e não arranca tuas ramas
Eu não agrido tua paz, pois sou a canção suave de teu sono
Sou teu terceiro olhar, quando a ilusão de teus olhos te engana
Eu sou o reino de tua graciosidade, que te legou vitalício trono!
Minha insurgência é filha da revolta insuspeita
Ela comanda minhas hordas interiores, que combatem tuas crises
Minha espada dilacera antecipadamente a cilada que te espreita
São meus os braços fortes que te põem de pé, após teus deslizes!
Ainda que nem me veja, esse teu olhar que vagueia
Ainda que não me abrace, esse coração que jamais me amou
Serei o desbravador a abrir caminho ao teu sonho que passeia
Sou a paixão invisível que nas muralhas do meu bem-querer, te resguardou!