O PROTETOR

Ainda que te pertença a dor, o grito será meu

Mesmo que fastidiosos se apresentem os teus dias

Quem destilará sua infensa recompensa, serei eu

Quem promoverá o sorriso de tua alma serão minhas alegrias!

A eclosão de tuas injúrias parte das minhas ogivas

Porque aflijo teu corpo com meus beijos que te vacinam

E te imunizo de todo mal estar que te desperta ojerizas

E adoeço em teu lugar, porque teus males em mim se eliminam!

Eu sou a chuva que alimenta tuas raízes e não arranca tuas ramas

Eu não agrido tua paz, pois sou a canção suave de teu sono

Sou teu terceiro olhar, quando a ilusão de teus olhos te engana

Eu sou o reino de tua graciosidade, que te legou vitalício trono!

Minha insurgência é filha da revolta insuspeita

Ela comanda minhas hordas interiores, que combatem tuas crises

Minha espada dilacera antecipadamente a cilada que te espreita

São meus os braços fortes que te põem de pé, após teus deslizes!

Ainda que nem me veja, esse teu olhar que vagueia

Ainda que não me abrace, esse coração que jamais me amou

Serei o desbravador a abrir caminho ao teu sonho que passeia

Sou a paixão invisível que nas muralhas do meu bem-querer, te resguardou!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 09/02/2008
Reeditado em 21/01/2012
Código do texto: T853027
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