Tu é que bateste à minha porta...

Bateste em minha porta: eu entre-abri!

Recebi-te na soleira

Não te mandei entrar.

Fui delicada: tentei escapar!

Bateste em minha porta: eu abri!

Entraste. Eu te permiti sentar.

Encantada te ouvi...

Bateste em minha porta: eu abri

passeaste pela casa... eu sorri.

Bateste em minha porta: com um sorriso abri!

Trocamos livros, músicas e filmes...

Falamos sobre a vida... eu senti

Que algo acontecia... e fugi!

Insististe...

Bateste à minha porta: assustada eu abri!

Entraste sorridente, percebi.

Querias ficar... te desconheci!

Mas dali em diante, sempre a porta abri!...

Chegavas sempre... a porta eu abria!

Entravas sorridente... eu sentia

Que a cada dia mais e mais queria

Que entrasses aqui!...

E por mil vezes eu te abri a porta...

E por mil vezes, tu vieste aqui!...

Então, um dia... não apareceste.

E nunca mais voltaste aqui!...

Eu te esperei em cada vão momento

Em cada minuto que vivi...

Eu ouvia passos na calçada

E perto da porta eu chegava.

Mas tu não vinhas...

Então ... eu percebi

Que satisfiz tua vaidade louca

Que para ti sou "coisa pouca..."

E toda a minha dor e humilhação senti...

Passas por mim e fazes que não vês...

Terás de mim vergonha? Talvez...

Indiretas me lanças e ironias.

Como é diferente do que tu dizias!

Ou eu "te ouvia" dizer...

Agora tranquei a minha porta.

A vida para o amor se encerrou...

Até mesmo, se um dia,

batesses de novo em minha porta

certamente...não mais te abriria!...

Mataste o meu amor... ou ele se matou!

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09 fev 2008

ESPERANÇA
Enviado por ESPERANÇA em 09/02/2008
Código do texto: T853023
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