Revelando-te em meus braços

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O frêmito do último abraço

desperta a memória do sonho.

O murmúrio da luz do sol,

o surgir tímido do azul,

no infinito que me contempla,

o canto sussurrado dos pássaros,

anunciam a dolência da manhã.

A inquietude da tua falta,

o sobressalto da tua ausência,

abrem-me a porta da saudade.

Revivo a entrega,

como se tudo fosse

mais uma vez possível:

o aventurar de todos os sorrisos,

o meu amor revelado em teu olhar,

o desnudar das minhas vontades

desdobradas por tuas mãos.

Permanece na intimidade do meu olhar,

Todas as palavras e confissões

Pronunciadas em letras de desejo.

Ainda em meus lábios, a convicção do teu nome

Silenciado na cumplicidade da noite.

Em meus olhos, o sentido claro

Daquilo que jamais me dirás.

Nem sempre o que nos habita o peito

Cabe na linguagem das letras,

Tampouco se deixa enclausurar

Na definição de qualquer palavra.

O silêncio é muitas vezes um poema...

Fernanda Guimarães

www.fernandaguimaraes.com.br

Fernanda Guimarães
Enviado por Fernanda Guimarães em 09/02/2008
Reeditado em 25/08/2008
Código do texto: T852238