País do Amor
Nessa intrincada 'solucionática' do amor
Fico aqui com meu tutano a matutar idéias
Por que uns tem tanto amor e outros nada?
Um é sempre tão pleno e despojado...
O outro tão morrinha, sovina e acanhado?
Aí eu penso que deveria haver um medidor do amor
Como há com a energia elétrica que produz a luz
Se você recebesse um tantão assim de amor...
Não poderia distribuir só um tantinho assim
As situações seriam mais equânimes...justas.
E estaria resolvida a misteriosa equação do amor
A central de distribuição amorosa seria o coração
Que mediria desde a pulsação até a emoção
Haveria o amor numa espécie de socialização
Do qual ninguém ficaria sem seu valioso quinhão
E quem fosse 'pão duro' ficaria apenas na mão
Nesse universo seria proibido represar amor
Os que mais gastassem seriam os mais ricos
Haveria uma loja aberta o tempo inteiro...
E os produtos etiquetados com atenção
Por exemplo: Um pacote de ternura se obteria...
Só pela troca de um pacote de carinhos
Já o invólucro de beijos...só pelo de abraços
Os agrados assim seriam sempre trocados
Ninguém com 'olho gordo' ou mágoas
Porque o amor seria de todos...everybody!
Tudo seria recíproco... do olhar... ao toque
Sem nenhum fardo de solidão nos ombros
Seríamos uma sociedade...uma bela nação...
Cuja única preocupação seria a produção do amor.
E pode lhe parecer uma grande bobagem...
Mas confesso...que lá no fundo...mais profundo
Todos iríamos querer viver nesse utópico mundo.
Hildebrando Menezes