A primeira vez que eu vi teu rosto
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...
Senti um misto de ternura e desejo insano
teu nome me reportou aos antigos amores;
homem de opinião, gentilezas, [mundano]
por mais que tenha o talho dos senhores.
A primeira vez que me tocou com a letra
- sério, sóbrio, inteiro de retidão -
já fez suar a minha sanha e a minha greta,
sentiu que ali haveria o impasse do tesão.
Quando veio e atendeu ao meu chamado
quando, por alquímicas gotas orvalhadas,
foi ao canto dos nevascos do costado
onde a memória abriu cenas delicadas
dos filmes que a menina assimilou feliz
e me cantou seu canto de homem de cama,
recuperou em mim a profana e a meretriz,
a mulher escondida, pronta a ser dama,
sem compromisso, sem passado, ao acaso,
ao prazer de viver um amor descarado,
de ser a outra, qualquer uma, um mero caso,
completa, como antes fora, inteira pecado;
Olhando teu rosto agora,
das mil vezes que o olhei,
sei que te preciso,
quero,
desejo;
carne, alma, beijo
e, como da primeira vez
que o amor se fez...
orvalhei.
Sampa, 29.01.2008
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