AGORA É TARDE!
Há quanto tempo estou a me declarar pra você...
Há quanto tempo estou falando que não posso viver sem te ter...
Mas você nunca acreditou... E até esse amor tripudiou...
Eu me senti ferida... A mais inútil das mortais!
Fui por você diminuída... E acreditei ser como você me fazia crer!
Esse amor de tão grande, tão intenso
No meu íntimo não conseguiu se conter.
Eu passei então a colocá-lo no papel
A poetar pensando somente em você.
Quis te mostrar minha poesia... Todos os textos que nasceram
Desse amor que me invadia e que em poesia se traduzia
Mas nem a isso você deu valor, como se isso nuca existira
Diz não ter tempo, não gostar... Por poesia não se interessar!
Mas não era a crítica literária que eu estava buscando...
Queria que você pelo menos uma vez enxergasse o meu amar.
E quem sabe nesse momento você me olhasse de modo diferente
E eu tivesse a chance, finalmente, de seus olhos fitar...
E poder falar com sentimento, não mais num pedaço de papel
Do meu amor, do meu envolvimento que aciona meu poetar!
Mas uma vez você me expulsou, do seu convívio...
Do seu dia a dia... Nem me deixou explicar...
A dor da perda se tornou uma ferida... Abriu meu coração
Mas o tempo, que tudo cura, fez criar uma casca nessa ferida...
E então entendi que mesmo sem você minha poesia flui...
Sinto que sempre terei o dom de poetar
Agora, mesmo que me queira de volta
É muito tarde... Não tenho mais tempo a perder...
Não quero mais sofrer, porque agora eu compreendo
Que, na verdade, nunca precisei de você!