UMA FORÇA DE BECKETT

UMA FORÇA DE BECKETT

Por um momento

Não canto, não ladro

Não abro a gaveta

Não uivo

Nem me cuido

Às avessas jogo as vestes

Nem grito, nem apito ou urro

Não pulo a muralha

Canalha e caiada

Mórbidos hiatos

Estupores lânguidos

Em pêlo na caverna das sombras

Lanternas despóticas apagadas

Dos homens com fogo de amor

Da gente que passou

Na noite sem meu bem

Noites de lamento

em tochas sangradas

Não agüento, encolho

No canto

Do horror

Da saudade

Cíntia Thomé

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Cíntia Thomé
Enviado por Cíntia Thomé em 05/02/2008
Código do texto: T846751
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