Sonho de Verão?!
Um força superior ordenou:
Vá ao encontro dela agora!
Obediente eu fui embora.
E lá cheguei...num humilde hotel
Não tinha seu telefone...nem endereço
Há anos sabia que ela vivia ali...mas só?!
Já não teria se casado...noivo ou namorado?
Mais de dois mil kms nos separavam
Na véspera enviei-lhe uma mensagem
Para o hi5 um site internacional de amizades
Ela...sem acreditar...me respondeu desconfiada
'Dê notícias para cá...assim que você chegar'
E eu sequer conhecia a cidade...mas tratei de avisar
'Estou aqui na praia...ligue para mim...
quero ganhar seu abraço e depois voltar'.
Ela respondeu que ligaria e marcaria para o abraço.
Passaram-se dois dias e nada...longa e nervosa espera.
Quedei-me exausto! Rodando por todos os lados.
Já meio conformado...entristecido...decepcionado.
Quando ouvi pela primeira vez a sua melodiosa voz.
Suave...mansa...delicada...de divinal doçura
Meio entorpecido cheguei a dizer que poderíamos adiar...
Não queria constrangê-la com minha presença inesperada.
Também confesso que pensei estar sonhando acordado.
Tantos anos...desenganos...desencontros...desencantos.
Será agora?! Que a verei? Justo na hora de partir?
Mas ela reafirmou que iria ao meu encontro
Que estava em outra cidade e viajaria para o abraço
E marcamos num aconchegante restaurante.
Pedi um vinho argentino e duas taças...coração aos pulos
Levava junto comigo uma coletânea de meus textos...
Registrando o mérito e a relevância de sua magia inspiradora
Sim! Comecei a escrever graças ao seu incentivo
Ela foi a primeira das musas que despertou a veia.
Ao vê-la sorridente...senti um arrepio de forte emoção
Meus olhos não desgrudavam da luminosidade dos dela...
E a conversa fluiu...nossas almas se tocaram
E no escurinho do quarto do hotel...cinco horas de amor...
Testemunharam o cenário...o enrêdo de belo espetáculo
Onde dos atores não se sabia quem era o mais feliz...
Qual dos dois... se a deusa...ou o aprendiz
Se realidade ou se foi apenas um sonho de verão
Noutra hora... eu volto...para degustar mais uma vez...
As inesquecíveis delicias dessa arrebatadora paixão.
Hildebrando Menezes