E AGORA DOUTOR?
Diria um grande amante ao me ver:
"Amigo, não sabes o que faz"
O meu amor, não iria entender
Condenaria-me a viver longe da paz
E o poeta, o que diria para mim?
Talvez que os versos oferecem seus perigos
Por flutuarem em busca de um sim
Tornando amante quem outrora fora amigo
E o pescador se segurou para não falar
Sobre a tormenta que atormenta este mar
Que este barco onde teimo ir sozinho
Não se sustenta até o fim do seu caminho
Vou lhe dizer o que me disse o jardineiro
Ao ver-me no chão entorpecido
"Furou o dedo, esse menino aventureiro
Por não saber que toda rosa tem espinhos"...
E você doutor, o que vai me dizer?
Que sou apenas mais um louco sem razão?
Que esvaziei minha cabeça e cá botei um coração?
Ou que sou livre para amar sem medo de sofrer...