Rainha
Com passos acertados,
Almas entrelaçadas
Risos,
êxtase no olhar
Nudez de preconceito
Assim dançavam
o mestre-sala --
Valente do samba, perfeito
Ao som da cuíca, do pandeiro
E a pobre porta-bandeira
Que suou o ano inteiro
Em serviço bruto, pesado
Sem marido,
desgraçado...
Abandonada com filho e a dor
Hoje nos movimentos levitantes
Pisa na passarela naqueles instantes
A fome,
a miséria ,
o cansaço
Com os pés e o coração de aço
Fantasiada de uma deusa,
rainha
Seduz a platéia e todo jurado
Num momento de entrega ,
pagão
Pra ela, um ritual sagrado
Que encanta qualquer cristão!
Benvinda Palma