ENTRE DOIS CORAÇÕES

Eu sou um viajante indeciso, que parou diante da bifurcação

Eu sou um pássaro errante, cujas asas apontam pro antagonismo

Cada pé em que danço meu triste tango pertence a uma só canção

Cada olho de minha visão, busca os quatro braços pra onde eu sigo!

Eu não posso me negar a quem me quer, porque não quero não lhes querer

Não pela força do egoísmo, nem pela máscara da leviandade

Mas aprendi que me falta um pedaço e de saudade me acho a perecer

E se abdico de um só dos dois beijos, o meu beijar só sente a metade!

Só duas camas sustentam minha fome, pra minha sede só duas chamas

Só dois abraços superam meu frio, pro meu conforto só duas redes

Por razões que me são sinceras e até racionais, ainda que estranhas

Onde consigo ser único, aésar de repartido entre dois seres!

É mais fácil quando mandamos na vida e bem cruel quando nos guia o destino

Até parece capricho de menino, que de duas paixões almeja brincar

Mas se de bom grado me aceitam suas luzes, por sombra de seus caminhos

Eu me duplico e permito o castigo de entre dois corações caminhar!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 01/02/2008
Reeditado em 21/01/2012
Código do texto: T842377
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