Ser....
Quando a dor nasceu
Um belo dia floresceu
Entre a dor do ser
E a alegria do ter
Hoje talvez eu tenha
Amanhã talvez não
Venha como convenha
Na vida a grande risada
Pode um dia dar lugar
Ao incomensurável pesar
De memórias passadas
Lembranças que pairam
Dias que sempre refazem
O meu eterno vazio de ser
Tento alegrar o meu ser
Com as drogas do prazer
Tento enterrar no meu ter
O meu eterno desprazer
Ando distraído pelo meio
Da eterna mentira do ter
E a profunda procura do ser
Verificando a minha volta
Só avisto rostos de revolta
Pois a vida nunca retorna
Ao ponto onde perdemos
Nossos sonhos infantis
No dia que esquecemos
De apenas sermos sutis
Com os nossos desejos
Nunca impor os anseios
De conquistar o eterno
Pois tudo na realidade
Não passa de vaidade
Das almas perdidas
Nesta eterna vida.