O DIA DO AMOR

Um dia o pôr do sol enamorou-se das águas

E num beijo dourado, celebrou-se o início da noite

Lá estavam teus lábios, a mim servidos em taças

Lá estavam meus toques ousados, te sendo açoite!

Mergulhado nas chamas de teus tantos sabores

Passei faminto em cada curva de tua forma

Fiz banquete no leito noturno, onde se deram nossos amores

E te afoguei na fonte do meu querer, que por ti sempre jorra!

Não puderam falar os teus lábios, mas tudo me disse o olhar

Devorados na fome de ambos, dois corpos tornaram-se um só

O delírio insano aos gritos foi canção que encantou o luar

Dialeto do incêndio apaixonado, que se disse nas línguas em nó!

Ali o sol virou lua e as águas tornaram-se mar

O cio impetuoso inflamado explodiu no céu em forma de estrelas

Na exaustão que findou tamanho banquete do nosso amar

Dormimos entrelaçados ao sabor das cerejas!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 31/01/2008
Reeditado em 21/01/2012
Código do texto: T840787
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.