Estado latente de paixão profunda

Não se acorda todo dia assim

Depende de como foi dormir

O que comeu à noite

O que se viu,

O que pensou.

Mas a latência,

Não é um estado profundo.

A paixão se move.

Contorna as teclas

As barras de espaço

Os assentos circunflexos

Os gestos reflexos

As letras perplexas.

Ela não escolhe poemas

Consome teclado

Esbanja palavras

Mergulha profunda.

Pai, chão, água, fogo e ar,

Dedos que tocam silabas

Fonemas do silencio sentimental

Letras em dança profana.

Paixão de ter teus olhos

Seguindo minhas palavras

Dançando aos teus ouvidos

Dizendo que te amo.