QUANDO AMAMOS

Quando amamos

Libertamo-nos da indiferença

E alcançamos capacidade para mostrar a nós próprios

A plenitude das coisas pelo prazer ou pelo incómodo

E ter por bom tudo aquilo que nós desagrada

Abandonando as tristezas pelos declives do ar

Quando somos amados, moldamo-nos á substância do céu

E a voz do tempo cantarola melodias de felicidade

Invadindo o corpo com um toque aceso de Eros

Lançando a sua flecha no apetite de um beijo puro

E então o amor engorda o nosso sorriso

Num encanto que nos prende á imortalidade

Por caminhos de alegria versejando os quatro ventos

E preservamos as estrelas com vontade de amar

Expulsando de nós um brilho perfeito

Que ilumina as galáxias plantadas no jardim da alma

Cultivado pelo amor sincero de quem nos sente

No meio de uma flor que nos eleva de coração aberto

Saltando por cima da aparência até á substância

De quem se expõe ao outro pelo outro

Num sono a dois em duas almas que se redizem

Em palavras interiores que o amor dirige para o exterior

Em gestos de igualdade que sustém os amantes

Redobrando e conjugando a vida com a de um outro

Amar é o que há de mais alto, é uma fonte de água viva

É um jorro que se expande vibrante até ao limite do infinito

Nas atitudes que exprimem sentimentos vitais

Quando amamos