FECUNDA ESTAÇÃO
Quantas vezes, poesia minha,
foste sombria,
pura nostalgia,
sem emoção...
Quantas vezes, verso meu,
foste triste,
puro lamento,
sem fascínio,
nem direção...
E sem o encantamento
do livre e solto poetar,
mil versos mutilados
quedaram-se a meus pés...
Hoje, ao recolhê-los,
à luz e ao brilho de um olhar,
tocam-me a alma,
revestem-se de luzes,
viçam em fértil paixão,
como flores vicejam
em fecunda estação.