ESSE GRANDE AMOR
Esse amor nasceu aos poucos, cuidadoso,
Como a evitar errar, discreto, atencioso,
Sereno...
Instalou-se em meu peito e, dir-se-ia,
Surpreendeu-me a paz que me trazia,
Pleno
De um tão doce e terno encantamento,
Um modelo do mais belo sentimento,
Mostrando-se, desde logo, muito forte,
Como nenhum eu vivera de tal porte,
Jamais...
Já se delineava, aos meus olhos, um futuro
Em que eu viveria, enfim, algo tão puro,
Capaz
De preencher todos os dias da minha vida
Com uma alegria impressionante, incontida,
Uma tão grande, real e perfeita felicidade,
Que afirmar, poder-se-ia, ninguém há de
Viver,
Se não tiver no coração tão vivo amor,
Não conhecendo, assim, todo o sabor
De ter
Pra sempre, dentro de si, acesa a chama
Ardente, só encontrada em quem ama...
E, de amor, por certo, pode falar este poeta,
Porque, dele, conhece a forma mais completa
Possível...
Sabe de toda e qualquer emoção que dá-se
Quando em nós ele se instala, qual tomasse,
Infalível,
Todo o espaço que tivera livre o coração,
Tornando-se, de nossa vida a mor razão...
E é, pois, assim, o amor que em ti vejo,
Que se renova sempre, em forma d¿um desejo
Sem fim,
Que nos tortura a cada vez que a despedida
Faz-se precisa ¿ é esta a hora mais sofrida
A mim,
Porque, pudera eu, e haveria de levar-te
Comigo, todo o tempo, anjo, por toda parte.