Escravo de um sentido



Fui abolido
Lei áurea dos escolhidos
Teria eu sido excluído?

Grito em eco
Pois senão me escuto
De que adianta estar liberto?

Mas quando preso
Era teu escravo
Não que o amor se desprenda
Apenas possui os riscos de ilusões sonhadas.

Não quero liberdade proclamada
Quero os grilhões das contracorrentes sentidas
Quero ser escravo dos poetas
Ser navio ou mesmo negreiro.

Quero proclamar a república
De um amor incondicional livre
Escrever palavras ao vento
Soltar elo após elo.
Os anéis da solitude.

Quero minha corrente contínua
Minha corrente de ar
A corrente marítima
Mesmo a corrente de amor.

A liberdade,
Antes que tardia
Que seja também
Escrava de si mesma.