RIDÍCULAS...

Inspirada em "Todas as cartas de amor

são ridículas" de Fernando Pessoa (he-

terônimo Álvaro de Campos).

Andei escrevendo cartas de amor...

Mas não as chamaria de ridículas.

Talvez exageradas,

carregadas do ardor da paixão.

Impregnadas de sentimento,

de romantismo, de emoção.

Cartas ao meu amor de ontem,

que não diferem em nada

das que escrevi

para o amor que estou vivendo

neste momento.

Espontâneas, naturais,

verdadeiras,

cheias de coisas banais,

mas ao mesmo tempo,

tão reais!

Nada pode ser considerado ridículo,

quando se fundamenta no amor.

O amor nada tem de ridículo.

O amor pode provocar risos:

de alegria,

de felicidade,

de contentamento.

Sentimento de plenitude...

Nunca o escárnio.

O que faz a pessoa ou coisa parecer ridícula,

se expor à troça;

é nunca ter vivido,

experimentado ou mesmo

se permitido amar assim,

escancaradamente,

a ponto de parecer

ridícula...