Entorpecer
E ontem enquanto nossos corpos sentiam aquele calor...
Era como se pudesse respírar
Aquele teu mesmo ar.
Os toques da mão quente,
O beijo entorpecente.
A me fazer gritar.
Momentos que jamais seriam esquecidos.
No presente insignificante,
Do futuro a saudade distante.
E hoje o que vejo nas madrugadas?
As lembranças abandonadas
Na noite de amor que se passou.
O toque é solitário,
Como aquela blusa no armário...
Que ali ficou...
Da mesma forma que você deixou!
Nem fotos tuas com outro alguém,
Me magoam tanto quanto o desdém.
A mim, já não importa se com homem ou mulher
Se já me quis ou se ainda me quer.
Restaram as recordações nas paredes,
Na cama de lençol amarrotado,
E até no criado-mudo que sempre ficou calado.
SP 19/11/2005