Filha de Costureira
Fui filha de costureira,
cresci entre linhas e panos,
ouvindo o som da máquina
como canção de acalanto.
Vi mãos que dançavam no tecido,
fazendo do simples, beleza.
Aprendi que costurar
é bordar amor em silêncio.
Agora sou eu quem segura a agulha,
quem guia o fio que veste,
quem dá forma ao invisível
e transforma pano em afeto.
A arte que herdei me faz seguir,
me faz criar, me faz sentir.
E entre pontos e tecidos,
até uma poeta me tornei.
Porque costurar é também escrever,
com linha, com alma, com emoção.
E cada peça que nasce de mim
carrega um pedaço do coração.
Elixandra cardoso...