Silêncio meu
Torno a oferecer-te menos do que pedias;
Custo a entender tuas angústias,
Tuas carências de afeto.
Custo a perceber quão importante
E quão sofrida és a cada dia.
Teu choro abafado na cama
Tem como testemunha somente os lençóis;
Tens o rosto molhado pelo pranto
Lavando minha culpa
Que brota todos os dias
No chão rasgado por indiferenças.
Na ânsia de mais um perdão
Recorro ao silêncio,
Meu derradeiro artifício
Que lanço mão para minimizar a dor.