Eu e tu

Em travessia pelas horas da noite, corri o mundo com as mãos a sentir seu corpo, cada ponto, e num mar de ínfindas intenções, me vi sem regras.

E assim, querendo amar-te, quiz colher de ti todo o amor possível e impossível.

Entao, os seus beijos consumiram a minha vontade de ter pressa, me entreguei aos seus afagos como o último ato em uma peça de teatro.

Gozei assim, da vida, o amor mais intenso.

E veio então, em meio a labuta das peles em êxtase, a luz da vela acesa e latejante se esvair na boca da madrugada.

Destarte, os corpos restaram esvaidos e envoltos

em delicada penumbra que invadiu o quarto.

E, em meio ao sono letárgico, sonhei!

Assim...

Estive atravessando um vale profundo e escuro com as plantas dos pés repousando sobre ruídos estridentes.

Sons a pulular pelo silêncio!

Um baile indecifrável se instalara em meio ao torpor que se impôs minutos antes.

Sim, era noite e o sono derretia como cera ao fogo em meio aos seres noturnos que se postaram a consumir a calmaria.

Pouco tempo antes, eu havia estado acolhido nos seus braços de seda e tomado de um amor profundo e insaciáveis de desejos.

Como um barco que aporta tendo navegado por mares infindos, pude descansar meu corpo inerte.

Ah, que noite!!

Como é possível amar assim?

Já era madrugada e pude gozar da vida a

mais profundo e eloquente paixão.

Tão forte que de suas garras, surgiu aquele sono indecifrável.

Mas, em meio ao turbilhão de tão recente recordação, do beijo lascivo a me consumir, tive o sono dos justos roubado.

Da escuridão da noite, seres intransigentes, invejosos e rancorosos vieram à marchar pelas alamedas.

O caos se impôs!

Veio à cena um mar de águas turbulentas e de ruídos raivosos.

Lutei contra monstros de crueldade exacerbada.

Novamente, após tantas batalhas, restei-me salvo pelo mais puro amor, pois, em sonho, te encontrei novamente na beira mar.

E então, você sereia tão linda e repleta de rosas de perfume enebriante, me conduziu a um mar vasto e infinito.

E sem exitar, me vi em águas de tranquilidade, flutuaando em meio à querubins, anjos e sereias.

E vi seu amor em fluidez sem regras a afogar as incertezas do medo.

E então, te amei sem fim.