Melodia
A Última Melodia
Ergue-se,
eco rasgado na escuridão.
Uma canção,
nascida das rachaduras,
frágil,
como luz na tempestade,
forte,
como um coração que pulsa.
Histórias silenciosas,
tecidas em cordas.
Cartas sem destino,
asas transparentes
que cortam o céu.
Acordes,
universos breves,
quebrando-se em memórias.
Montanhas inclinam-se,
o oceano silencia,
o céu envolve
o instante infinito.
O vento, guardião,
acaricia,
leva as notas aos esquecidos.
Flores invisíveis,
lágrimas libertas.
A última nota,
não adeus,
mas promessa.
Uma faísca,
eterna.
Essa melodia,
vive em você.
Nas rachaduras da alma,
entre sonhos e feridas.
Corajosa,
indomável.
Porque a vida é canção.
E a última melodia
jamais cessa.
Poetisa Luzia Couto
Lei 9.610/98
04/04/25
Ipanema Minas Gerais Brasil