foi-se o amor

foi-se o amor, aquele amigo

a nós dois devotado.

por isso aos cantos meus eu digo

adeus, tudo acabado.

o olvido os fecha num escrínio

com sua fria mão.

e aos meus lábios já não vem

nem pela mente vão.

tanto murmúrio de nascente,

de estrelas mil encantos

e um amor tão triste e ardente

sepultei nesses cantos!

de que oceano dessangraram

esses cantos em mim?

com quantas lágrimas untei-os,

amada, só por ti!

jorravam fundo, as duras penas

da minha mágoa infinda!

e quanto agora eu me lamento

não os sofrer ainda!

porque não torna a se acender

o brilho do teu porte,

com os olhos teus cheios de sombra

renascidos da morte!

e com teu tímido sorriso

e a tua face seduzida,

fazer da minha vida um sonho

e do meu sonho a vida.

me parecendo ressurgires

mal a lua desponta

á sombra das mais doces lendas

que o passado nos conta!

era um sonhar misterioso

e doce por demais

sendo excessivamente belo,

precisava acabar-se.

demais um anjo pareceste

e pouco uma mulher.

felicidade assim não pode

por muito tempo haver.

pois nos perdemos, tu e eu,

nesse encanto fugaz.

distanciamo-nos de Deus

além de tudo o mais.

não pode o mundo oferecer,

tão mísero de amor,

lugar a um sonho afortunado

que sobreviva á dor.

Conde Diego O Poeta
Enviado por Conde Diego O Poeta em 23/01/2008
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