O Gosto das Palavras Mortas
Ainda sinto o gosto das palavras mortas,
Que ficaram sobre a língua fria
Da boca entreaberta no espaço vago
Daquele meu desespero que você nem via.
Ainda sinto o gosto das palavras mortas,
Que nunca ganharam o espaço
Jamais tocaram teus ouvidos longínquos
Jamais encontraram teu abraço
Ainda sinto o gosto das palavras mortas,
Que talvez eu deveria ter liberto
Mas as guardei aprisionadas entre dentes
As livraria, se perdido no deserto.
Ainda sinto o gosto das palavras mortas,
Que deveria ter cantado ao teu ouvido
Que talvez pudessem revelar o teu sorriso
Talvez pudessem comover, mas eu duvido.
Ainda sinto o gosto das palavras mortas,
Que lutavam pra sair da minha boca
Mas ao chegar ao teu lado, mastigadas
De para sempre se reverteram para nunca.
Ainda sinto o gosto das palavras mortas,
Que se perderam e eu já nem sei o como
Ainda existem, mas jamais verão o dia
E deveriam ter nascido num eu te amo.