Garota de um Dia de Carnaval Bonito

Garota

De um dia de carnaval bonito

Um fim de noite e tanto

Algumas brincadeiras e risos

Por meses nisso ela se basta, se apraza, descansa

Ainda que fale do futuro seriamente

Olha enquanto isso o céu

De pequena inocência o homem te acusa

Não sabe da guerra!

Não pensa no tempo!

Ah! Não entende o sofrer…

Garota

Consciência firme que deixa espaço ao sonho

Tem junto à barriga seu punhal escondido

Bruta e precavida

O silêncio acompanha o grito

Os gritos estridentes se misturam ao som das ondas

A água a molhar a areia quente e seca, repetidamente

A calma perene

É-lhe útil na luta

Garota

Não se esqueça ou se justifique

Esses homens não tem graça

Não tem jeitos ou modos de falar

Quando muito, tem amor

Que já não diverte, embala o sono

ou eleva as ideias

A garota vira ausência

Vive a perda

Mas vai embora como é de direito

A carne convicta da simplicidade

Da doçura

Do acordo entre os iguais