Veremos Barcos
Sonhei,
Imerso contra a vontade
O amor que lembra verdade
O céu azul é o mar da cidade
Nada vai durar
Nem o sol
Nem o Japão
Só há um caminho
Um despertar vespertino
O olhar vê paisagem
Tudo é de repente
o nada é pra sempre
Mas quero ter teu coração
forte aqui no meu peito.
E no que me diz respeito
Vou tocando o barco.
Sereno no que falo
O mar molha a estação
que se joga na imensidão
Um homem farto da vereda
No peito, carrega uma tristeza
Ora sorri, ora chora incerteza.
Acaba por sonhar
fora de perspectiva
O olho azul e o branco da retina
O céu azul é o palco da vida
Mas foste somente
Uma dor tal qual dormente.
E como o avião estol
O barco e o anzol
Na labuta vida inteira
O homem fustigado receoso.
Ruim tropeçar na areia
Servo do sim ou não
A decisão derradeira
Coube a mim ficar
e a você ir embora
Tome seu caminho
Mar para rio, rio para o mar