Redenção
Dentro da noite fria que me rodeia,
Sombria, onde a esperança fraqueja.
Como meu coração, que em dor vagueia,
Preso ao vazio que nele viceja.
Nos meus olhos, lágrimas cessaram,
E as emoções, na vida, estagnaram.
Meu peito, em prantos, foi consumido,
E até meu riso jaz esquecido.
Meu olhar se perde na penumbra,
Onde o sentido já não deslumbra.
Entrego-me, enfim, à escuridão,
Buscando alívio para o coração.
Já não carrego forças para lutar,
O tempo levou o que restava em mim.
Se amar é sofrer e só me quebrar,
Prefiro deixar-me partir, enfim.
Fecho os olhos, abraço o silêncio,
Solto o fardo, entrego-me à escuridão.
Se o amor foi apenas um vil tormento,
Que a morte, ao menos, me dê redenção.