SOPRO DE OUTONO

Novamente o outono , tal qual um belo poeta

Cansado das rimas, amarelando-se ao tempo

Morno em suas folhas desprendidas ao vento.....

Tristeza, desencanto? Talvez a pausa num sopro

Que remexe e reorganiza as carícias dos versos

Sobre as partituras do amor deixadas ao relento.

Desejo? Talvez seja a vivência que incide na alma

Esse gozo incerto de um poema colhido nas horas

Das cores prestes a abrir a janela radiosa do nada.