A Deusa dos Aromas

Ela existe?

Talvez sim.

Embora, não

Possa vê-la aqui...

Eu sinto todos os dias.

Lembro dela

Quando passo

Nos suaves cheiros

De baunilha ou jasmim.

Ela é real?

Pode ser que sim.

Ela sempre responde

Nas minhas orações

E inquietudes diárias.

Lembro dela

Na minha calmaria,

Com aqueles aromas

De lavanda e camomila.

Ela é sagrada?

Não sei muito bem...

Tem uma beleza única.

Parece ser angelical que

Guarda um mistério profano.

Penso nela

Quando passeio

Pelos cheiros de

Eucalipto e alecrim.

Eu a adoro?

Com toda certeza!

Mas não tenho tal poder,

Sou apenas um mortal

Que está tão distante.

Desejo ela quando

Me entrego sempre

Aos aromas marcantes

Do cravo e da canela.

Eu a idealizo?

Diria que sempre...

Cada linha e verso

São combustíveis que

Incendeiam a minha alma.

Escrevo preces

Perfumadas para ela,

Quando sinto que somos

Apenas um, dentro da poesia.