Analgesia

Hoje dói como nunca.

Teu nome é ferida aberta em minha carne

E minhas vísceras expostas exalam um odor desagradável.

Não é belo o que te ofereço.

Aliás, não é comum. É único.

Mas é estranhamente verdadeiro,

Friamente obsceno.

Puríssimo e já pútrido sentimento de amar!

Deus do céu!

Por quê criastes algo tão maravilhoso

E ao mesmo tempo tão devastador?

Dir-me-á que é castigo,

Ou que este paradoxo é apenas mais uma

Das desgraças que fogem de teu controle?

O que pode fazê-lo parar?

Que veneno mata um sentimento sem pudor?

Que analgésico conseguiria aliviar

A dor...?

Dor delirante de profano amor!

Delírio...