Passa com pressa ao desatento, mas ao que o sente, revela riquezas
Ele se desfaz num sopro, corre entre risos, mãos e abraços
escorre, foge, desaparece como a onda calma
que beija a areia e logo volta para o mar
Tentamos segurá-lo, prendê-lo
mas ele é como areia fina
entre os dedos
O TEMPO
Se esvai deixando
apenas memórias na palma
Das mãos que antes se aqueciam
E que não perceberam o valor que tinham
pois ele é uma joia rara a qual, o relógio não guarda
que só deve ser oferecido a quem reconhece sua verdade
no brilho de um rápido encontro, num fim de semana em lençóis
ou gestos simples, como breves trocas de mensagens antes de dormir
E aos sábios que o guardam, na alma, através das memórias de uma vida plena