Poema da Saudade
A tarde se estende em fios de ouro,
e o vento escreve teu nome no chão.
As nuvens deslizam num tom tão morno,
que penso ser carícias da tua mão.
Há um rio de sombras na minha porta,
silêncios leves, quase a dançar.
Teu rosto emerge na luz que entorta,
mas logo volta a se apagar.
Oh, tempo de vidro, frágil instante,
que desmancha o que é maior!
Tuas palavras moram distantes,
mas ainda as escuto n'alma
do meu coração.
E a tarde se vai, sem despedida,
sem promessas de regressar…
Mas deixa em mim, feito - ferida,
A tua ausência a murmurar...
Saudade...
Um corpo ardente que sente calafrios
Por quem não veio e, que permanece vazio
Ao mesmo tempo, em que cheio...