Profundas feridas

Eu não queria, mas me rendi,

À sua magia, ao seu veneno sutil.

Sorvi cada gota, e agora pago,

A conta de um desamor cruel e vil.

Acarinhado por traições e humilhações,

Muita desumanidade me cercou,

Minha mente se escureceu, eu me perdi,

Sem deixar rastros, de mim mesmo, sumi.

Submeti-me a milhares de migalhas,

Que lentamente me matavam,

Me tornei um náufrago da sorte,

Perdi a noção, a razão, abraçava-me com a morte.

Depois de tudo, ainda me ignora,

Passa por mim, e não me olha,

Carinha de anjo, olhar inocente,

Sorriso maroto, sutil veneno de serpente.

Finge com maestria, engana com simpatia,

Dia e noite, noite e dia, ela é uma alma ferida,

Pobre daquele que por ela, se ilude e apaixona,

É vítima potencial, pois ela sabe seduzir, com arte.

Sutilmente, aprisiona sua presa,

E após fazer, gato e sapato, o final é o abandono,

Como se fosse o bagaço da laranja,

O lixo e o desprezo serão os destinos, feito cão sem dono.

Por isso eu não quero, assim como não queria,

Prefiro a solidão, do que continuar sendo uma vítima,

Marionete nas mãos de quem não se curou,

Sei que ela é linda, mas é uma alma enferma, com profundas feridas de amor.

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Samu Franco
Enviado por Samu Franco em 17/03/2025
Reeditado em 19/03/2025
Código do texto: T8287659
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