Profundas feridas
Eu não queria, mas me rendi,
À sua magia, ao seu veneno sutil.
Sorvi cada gota, e agora pago,
A conta de um desamor cruel e vil.
Acarinhado por traições e humilhações,
Muita desumanidade me cercou,
Minha mente se escureceu, eu me perdi,
Sem deixar rastros, de mim mesmo, sumi.
Submeti-me a milhares de migalhas,
Que lentamente me matavam,
Me tornei um náufrago da sorte,
Perdi a noção, a razão, abraçava-me com a morte.
Depois de tudo, ainda me ignora,
Passa por mim, e não me olha,
Carinha de anjo, olhar inocente,
Sorriso maroto, sutil veneno de serpente.
Finge com maestria, engana com simpatia,
Dia e noite, noite e dia, ela é uma alma ferida,
Pobre daquele que por ela, se ilude e apaixona,
É vítima potencial, pois ela sabe seduzir, com arte.
Sutilmente, aprisiona sua presa,
E após fazer, gato e sapato, o final é o abandono,
Como se fosse o bagaço da laranja,
O lixo e o desprezo serão os destinos, feito cão sem dono.
Por isso eu não quero, assim como não queria,
Prefiro a solidão, do que continuar sendo uma vítima,
Marionete nas mãos de quem não se curou,
Sei que ela é linda, mas é uma alma enferma, com profundas feridas de amor.
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