Vila Rica de amor
Foi numa tarde serena
De um dia após um outro qualquer
Onde a Vila já não era tão rica
E a tarde vinha desmaiando lentamente
No colo da doce morena
Ataíde há muito já tinha dado sua arte final
Que afinal se findasse por si só
E o Arcádio poeta revolucionário?
Ninguém sabe, ninguém viu, nada se concluiu...
Ah, nada agora me interessa senão a minha pequena
Na porta da Igreja de São Francisco
Pecava por ela que era pedra valiosa de outro
Justo num lugar onde houveste tantas derramas
Derramo meus versos sobre lembranças de lá
Talvez, se fosse um tempo atrás
Nessa falta que sinto da minha musa bucólica
Antônio Francisco, na imperfeição do seu corpo
Esculpisse os perfeitos traços dessa mulher pra mim
Por ela, naquela tarde sedenta
Arredava Marília, Lisa e Helena
Trocava todo meu ouro pelo quinto dos infernos
Daqueles braços brancos
Na verdade
Deixo a história, as liras, lendas e fábulas
E me enforco nessa corda do amor perdido no passado
Inexistindo no presente