Que eu seja para sempre teu

Que eu seja para sempre teu,

No som da tua ausência e no peso do teu corpo.

Na inquietude das minhas noites solitárias,

Que me consumam as marés do teu querer,

E me tornem, por fim, em tua posse e em tuas mãos.

Seja tu a chama que me queima e me molda,

O fogo onde meu ser se perde,

A fúria da lava que se faz em ti,

Incendiando o silêncio da minha razão.

Que nossa casa seja o altar do nosso desejo,

Onde não haja mais palavras, apenas atos de amor,

Onde eu morda tua boca e me faça eterno em ti,

Em cada grito, em cada suspiro.

Seja eu teu homem e teu rebelde,

Teu demônio e teu guardião,

Perdido nos teus braços,

Em busca de um lugar onde a dor não exista,

Apenas o prazer do instante.

Seja eu mais que amante,

Seja companheiro, amigo, cúmplice de teus delírios,

Com olhos famintos de ti,

Com mãos que se atrevem, ousadas,

A explorar os recantos do teu ser,

E na madrugada, quando o silêncio pesa,

Seja eu a tua razão, a tua loucura.

E quando eu, candelabro quebrado e solitário,

Entoar minha loucura lúcida,

Que tu venhas, com força, com ternura,

E me devolvas o sorriso que se escondeu,

Que me arraste pelo chão da nossa vida,

Com flores nas mãos,

Até me fazer despertar,

Pois sou a maré que nos habita,

E o tempo, esse, é a nossa posse eterna,

Sem fim, sem princípio.

hewie
Enviado por hewie em 13/03/2025
Código do texto: T8284590
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