Anjos do rio do amor
Da minha varanda, observo o céu noturno,
A noite é amena, a brisa suave com cheiro de jasmim, me acaricia.
De repente, uma canção melancólica despertou você em mim,
As memórias dormiam, a saudade se escondia, mas o amor imenso sobrevivia.
Um misto de emoções me fez refém, a brisa percebeu,
E me envolveu em uma suavidade calmante.
Eu não queria, mas lembranças vieram à tona,
E eu havia prometido que isso não se repetiria, mas o passado foi teimoso.
Em meu peito, um fogo ardia, em silêncio, sem alarde,
Bateu tão forte,
da emoção fui covarde,
Fechei os olhos, adormeci, e a canção, qual doce fardo,
Penetrou em meus poros, sem pudor, me entreguei ao seu agrado.
Deixei-me levar pelo sonho, viajei para o tempo da felicidade,
Onde o sol brilhava, ao vento, as flores dançavam, e nosso laço era puro, verdadeiro.
Enxerguei nós dois, felizes em meio à verde relva,
Nossos sorrisos iluminavam a atmosfera, nosso olhar carinhoso brilhava,
Nossos corações batiam em uníssono, nossas mãos enlaçadas,
Simbolizando a união de dois corações que se amavam, se queriam.
Mas nuvens densas vieram e o cenário mudou,
A tempestade destruiu tudo, você se afastou, em seu rosto havia muita dor, fiquei atônito.
Só consegui te ver distante, cabelos negros, galopando rumo ao horizonte.
No desvanecer, raios e trovões, meu grito, o fim aflito.
Fui arrastado pela correnteza, a esmo, sem guarida,
Gritando teu nome, lutei, mas perdi a vida.
Em queda livre, me precipitei, uma cachoeira me arrebatou,
Me tornei um espírito das águas, à essência do rio, a minha se juntou,
Mas um desejo em mim permaneceu, uma esperança que não morreu,
Talvez um dia ao galopar em alguma margem de rio,
Você me encontre e perceba meu grande amor.
E nessa hora, seu amor, volte para mim,
E no rio, onde a minha paixão fez morada,
A sua essência, junte-se a minha, então,
Seremos celebrados como lendas,
Os 'Anjos do Rio do Amor', sem fim.